Saturday, February 13, 2010

Diferente... Mas de volta.

Durante esta extenuante época de exames lembrei-me imensas vezes de escrever, de chover, aqui. Mas, infelizmente, toda a minha dedicação e concentração estavam vidradas numa única temática e sonante necessidade: fazer as cadeiras todas. Assim sendo, fui adiando e adiando... porque escrever exige pensamento prévio, como é óbvio, mas é também inseparável de uma certa reflexão posterior, a qual não consigo evitar, e que seria incompatível com o estudo intensivo a que tive de me submeter neste último mês.

No entanto, após uma noite bem passada, bebida e dançada (que acabou por ser uma noite inesperadamente especial, aqui estou eu: diferente... mas de volta!
Diferente, porque nestes últimos tempos aconteceram pequenas coisas que me mudaram. Que me mudaram muito. Não sei ainda se para melhor ou para pior, apenas tenho a certeza que me fizeram crescer.

Agora sei do que falas quando te referes a uma apatia e a um desinteresse dolorosamente instalados na tua vida. Senti isso nesta época de estudo, não tinha a mínima vontade de pegar num livro, o mínimo interesse em tirar qualquer nota superior a 10, e se queres que te diga, mesmo que reprovasse a alguma cadeira estava-me a "marimbar" para isso. E todo este sentimento é-me estranho e assustador, porque eu não sou assim, eu importo-me com o que se passa no mundo, e principalmente com o que se passa no meu mundo, no ambiente que me rodeia e com todas as dimensões da minha vida. Eu tenho objectivos, eu sei que sou inteligente e que tenho tudo para conseguir ser bem sucedida, mas, de repente, desapareceu o essencial... a VONTADE. A vontade de lutar pelo meu curso, pela minha vida e, estupida e reprovavelmente, até pelos meus amigos extinguiu-se! Não se tratava de me querer baldar para ir para a farra, não, muito pelo contrário, eu se pudesse, teria ficado em casa no sofá, a dormitar e a ver televisão nos intervalos, a encomendar comida pelo telefone, a beber Vinho do Porto, sem falar com ninguém, nem comigo mesma, durante todo este tempo.
Felizmente, os meus pais viram-me a descer no poço e puxaram-me para cima. Controlaram-me discretamente a vida, incentivaram-me a ir à biblioteca, e até à faculdade (o que foi estranho, porque a minha mãe pensa, e bem, que eu no ICBAS não estudo nada), penso eu que para que eu não me esquecesse de como gosto do que faço e das pessoas com quem convivo diariamente. Não quero sequer pensar no que teria acontecido se eles não estivessem cá, se eu não vivesse com eles. Eu ter-me-ia afundado numa penumbra melancólica, da qual não sei quando me conseguiria livrar.

Continuarei a escrever sobre estas pequenas grandes mudanças mais tarde...

3 comments:

Lady Stardust :) said...

My baby girl :) Com todo o conhecimento semiológico que a minha arrogancia me transmite (huge LOL) digo, convictamente, que todos passamos por essas fases menos simpaticas e que, para mal dos nossos pecados e do nosso equilibrio mental, não chegam sequer a ser antipáticas, são só terrivelmente apáticas!... a parte boa? são, invariavelmente transitórias! Até porque voltam sempre os almoços, os lanches, os jantares, as conversas de átrio... que trazem consigo uma nova vontade :)

Narcisa Guimarães said...

"A vontade de lutar pelo meu curso, pela minha vida e, estupida e reprovavelmente, até pelos meus amigos extinguiu-se! Não se tratava de me querer baldar para ir para a farra, não, muito pelo contrário, eu se pudesse, teria ficado em casa no sofá, a dormitar e a ver televisão nos intervalos, a encomendar comida pelo telefone, a beber Vinho do Porto, sem falar com ninguém, nem comigo mesma, durante todo este tempo." Eu podia ter escrito isto, ainda há bem pouco tempo. :/

***

Gosto-te.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO said...

como se pode ver pelos comentários às vezes não exige grande reflexão exige mais inspiração tal como esta Lady stardust é verdade que o que escreveste são fases que tal como o alcoolismo podem permanecer toda uma vida ou desaparecer num momento na min ha opinião não profissional, diria que o excessivo militantismo intelectual levou a uma fase de marasmo um breve reconhecimento da inutilidade de tudo
porque escrever exige pensamento prévio, como é óbvio,nem por isso escrevi estas baboseiras em 2 minutos e fluiu naturalmente e não durmo há três dias, são ....olha esqueci-me do que ia ...isto dos pontinhos pega-se mesmo
mas é também inseparável de uma certa reflexão posterior, a qual não consigo evitar, Ah isso é outra coisa....mais pontinhos
e que seria incompatível com o estudo intensivo Depende arranja métodos geralmente os questionários em testes não têm grande variação são previsíveis e em temas relacionados com a saúde ainda mais endocrinologia médica ou biológica 20 a 30 questões possíveis com variações para um tema vasto e sempre em mutação tchi tanta verborreia vou parar.