Thursday, May 27, 2010

Errei-te

Confiei mal. Outra vez.
Tento aceitar esta minha fraqueza, este meu doloroso defeito, que me trai os sentidos e que me leva a abraçar as pessoas erradas e frequentemente a demorar demasiado a me aperceber quais são as certas. Demoro tanto que elas acabam por me escapar por entre os dedos, sem que eu as consiga agarrar, impedindo-me de as guardar num local especial da minha melodia.

Tento que o ferimento seja superficial e sobretudo tento aprender com cada facada.

Espero que um dia destes, que não será muito em breve, mas, eventualmente, será, eu consiga olhar para ti sem mágoa. Aguardo ansiosamente pela indiferença.

...
Pra voltar
A tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar
Mentir

ornatos violeta - para nunca mais mentir

Friday, May 07, 2010

Difícil de entender.

A seguinte tentativa de justificação de determinadas atitudes - em jeito de pedido de desculpa, e com o principal intuito de que me entendam um bocadinho melhor - destina-se particularmente a dois leitores, aos quais agradeço desde já a extrema paciência com que lidaram comigo hoje.

O meu secundário foi uma merda na grande maioria do tempo. Isto vocês já sabem. Também sabem qual o principal motivo. O que podem não saber são as consequências que desse mal central nasceram. Eu era uma miúda completamente iludida, que imaginou ter amigos que na realidade nunca teve, que eram apenas "amigos por afinidade", como eu costumo dizer. Não me querendo voltar a debruçar sobre deste assunto, (porque já dissertei sobre isto tantas vezes que até já mete nojo) o que é essencial reter é que essa mágoa, a ferida resultante dessa queda tão, mas tão grande, apesar de estar, julgo que, curada, deixou marca, aliás, tal como era de esperar! Essa tamanha cicatriz reflecte-se principalmente na minha dificuldade permanente em acreditar no amor que as pessoas dizem ter por mim. Eu tento, eu juro que tento. Mas ao mínimo sinal de afastamento ou subvalorização, possivelmente fruto da minha imaginação, eu começo logo a duvidar do sentimento que disseram ter por mim.
Este é outro problema...o "disseram". Eu acho que se deve dizer aos outros o quanto gostamos deles, é essencial que o verbalizemos explicitamente de quando em vez. Mas tantas vezes? Soa a falso. Eu não tenho remédio, eu sei, sou muito complicada, também sei. Mas eu preciso de ver, de sentir nas pequenas grandes coisas do dia-a-dia a amizade, o companheirismo, o amor genuíno que afirmamos ter uns pelos outros, muito mais do que preciso de o ouvir! Aliás, o facto de repetirem tantas vezes o mesmo faz-me duvidar da sinceridade do sentimento, parece que estão a pegar em tudo que é bonito e importante para mim e a transformá-lo numa conversa de bêbados, enfim, a banalizar a amizade que é no seu estado puro tão difícil de encontrar. Eu sei que pareço uma pobre mal agradecida, eu sei... Mas eu sou sobretudo desconfiada, calejada...e magoada. Eu sou uma alma rasgada e ainda não sei como ultrapassar esse facto. Tanto me sinto mal se não me disserem que gostam de mim, como se me disserem com demasiada frequência. De qualquer dos modos eu duvido. Assim sendo, no meu caso existe um equilíbrio a manter e a respeitar para que me sinta feliz.
A segunda parte desta estranha condição será o quanto me dói ser assim. O quanto me custa duvidar das pessoas quando racionalmente sei que essas mesmas pessoas me adoram. E então ainda fico pior porque sei que não merecem que questione o vosso amor, simplesmente não merecem que eu tome certas atitudes desconfiadas quando não há razão nenhuma palpável para tal. E prossigo nesta arte quando noto que vou gostando cada vez um bocadinho menos de mim por não gostar da minha atitude.
E é isto.
Enfim, fujam enquanto podem. Eu adoro-vos, perdoem-me a estupidez.