Thursday, December 30, 2010

Não quero falar sobre isso.

Cheguei a um daqueles momentos da minha curta vidinha, nos quais me parece que o mundo está a girar demasiado rápido para mim. Quando paro, ergue-se um tornado de preocupações, pensamentos e culpas em meu redor, com o qual não me apetece lidar. Então corro e acompanho este meu mundo acelerado sem saber qual o destino que me espera, ofuscada por uma luz sobre a qual não vou falar, (porque não posso falar, porque tenho medo da escuridão que se avizinha) desconhecendo se no final da correria, se é que esta tem um fim, me espera um abismo ou uma praia deserta.

Sei que tenho de fazer uma pausa e analisar cada espiral de vento do meu tornado, sei que tenho de tomar consciência da fonte da luz que me aquece (até ao ponto de caramelo), mas não quero, não quero, porque sei que ao fazê-lo vou estar a dar um abanão tal aos meus alicerces que esta minha estrutura de operário em construção pode não resistir. Enfim, não quero, porque é demasiado COMPLICADO.

Friday, October 22, 2010

"Toda a gente dizia
Suga-me ate ao tutano e chama-me vida
Deixa-me me ser a paragem da tua corrida
Mesmo os rios mais inquietos descansam no mar
Não quero que um dia caias de tanto voar
E ela respondia
Dou porque lá em cima me deixam sonhar
Cada paragem que faço é só para descansar
Mas levo-te bem
Nas aguas não quero apagar-te
Chamo-te vida se dela quiseres fazer parte"

Anaquim - Chama-me Vida

Quero.
Intensamente, quero. Viver...inalar cada momento de alegria, nostalgia, choro e amizade. Cantar bem alto, de capa traçada, por cada lanço de escadas que suba, por cada pedra da calçada que percorra.
Eu estou aqui.

Saturday, September 04, 2010

Should I stay or should I go (?)

Sentir respirar junto ao meu pescoço. É disso que sinto mais falta, é por causa disso que não adormeço. Devido à ausência de uma lufada de ar quente na minha nuca. A ritmo lento e quase constante, pontuado por alguns intervalos mais prolongados e por alguns movimentos de aconchego. O aconchego. O tão querido e simples aconchego. Um corpo contra o outro, sem qualquer intenção que não a proximidade, e o prazer e a segurança que dela resultam. Os braços dele enroscados em torno da cintura dela. A face anterior do joelho dele encostada à face posterior do joelho dela. Ela pega-lhe na mão e trá-la para junto do peito e assim adormecem, de mãos dadas, levados pela melodia dos batimentos cardíacos de ambos. A cada leve acordar ela beija-lhe a mão, ele beija-lhe o pescoço, e continuam o sonho, possivelmente, conjunto.

De costas voltadas e no escuro, nunca estiveram os amantes tão claramente de frente.

Thursday, September 02, 2010

Setembro

Vim dar um passeio para o sul do país
Deixei-te em Lisboa, mas não porque quis
Saber que te soa esta valsa que eu fiz
Há-de ser coisa boa, sou eu quem to diz
Mandei vir o saber de Paris

Escrevi-te uma carta de coisas de amar
Se não for entregue, não me vou desculpar
Porque o dom que consegue esta valsa a soar
Não és tu quem mo negue, não, nem quando eu voltar
Quando abrires os teus braços, nada disto já vai importar

E quando o sonho saciar vou fazer de tudo para acordar

Às vezes eu sinto uns fantasmas por perto
Ao entardecer e com o meu rulfo aberto
Faço para te prender esta valsa que é certo
Mais que para te vencer, é para ver se desperto

Lembras-me em todas as coisas de cá
E a cada passo eu me passo para lá
Mas então o que eu faço é valsar isto em fá
Para te ter num abraço que Vênus não dá
Quando o verão acabar e nós dois for só tudo o que há


B Fachada

Saturday, August 28, 2010

Espinhos

O meu coração é inocente
Pensa que a vida é um mar de rosas
Mas eu que vi espinhos em toda a gente
Afasto essas certezas duvidosas


Anaquim - O meu coração


Neste momento tenho tantas palavras, citações e impropérios a circularem em excesso de velocidade na espiral do meu pensamento que escrever frases com princípio, meio e fim está a ser uma tarefa terrivelmente complicada.
O turbilhão de ideias que não consigo exprimir decentemente está sem rumo, sem norte, completamente perdido na angústia do meu peito.
Sim, portei-me como uma senhora, mas eu sou uma menina, sou uma menina assustada e atormentada com esta situação que me está a torturar muito mais do que seria de esperar.
Sinto-me fraca e infantil.
E só encontro mesmo mais uma coisa a dizer:

Vão à merda.

Wednesday, July 21, 2010

Porque me fez sorrir...

I love you with all my butt, I would say heart, but my butt is bigger.

Sunday, June 27, 2010

Weird?

Respondendo ao desafio colocado pela t (http://doyouhavebadhabits.blogspot.com): 6 coisas sobre mim que provavelmente não saibam...

1- Adoro caipirinhas. Para mim a cachaça é a melhor invenção a seguir à roda e ao parafuso. É uma paixão inexplicável!
2- O meu telemóvel não tem capa na parte de trás. Caiu por uma grelha de esgoto em Coimbra, numa noite muito conturbada.
3- Tenho uma clave-de-sol tatuada no pescoço.
4- ODEIO O WINNIE THE POOH E A HELLO KITTY!
5- Toco contrabaixo na Tuna Feminina de Biomédicas.
6- Há pouca gente que me chame Penélope, a maioria dos meus amigos trata-me por Pepe ou Pepitas.

Passo o desafio à Narcisa Guimarães, rasgosdoser.blogspot.pt; à Narcisa d'Almeida, apeledapalavra.blogspot.com e à Lady Stardust, devaneiosdeumamentedesocupada.blogspot.com.

Saturday, June 19, 2010

Perdas

Eu tenho várias paixões na vida.
Duas delas são a dança e a literatura.
E, de há cerca de um ano para cá, ambos estes mundos sofreram perdas inesquecíveis e dolorosas, mas, esperemos, ultrapassáveis. Esperemos que novos talentos surjam e que nos continuem a encantar, quer no sossego do fundo do copo de um bom Vinho do Porto, a média luz, no melhor sofá da sala; quer na agitação de uma noite pirómana de amigos e de deslumbramento frente a um palco conhecido.



Thursday, May 27, 2010

Errei-te

Confiei mal. Outra vez.
Tento aceitar esta minha fraqueza, este meu doloroso defeito, que me trai os sentidos e que me leva a abraçar as pessoas erradas e frequentemente a demorar demasiado a me aperceber quais são as certas. Demoro tanto que elas acabam por me escapar por entre os dedos, sem que eu as consiga agarrar, impedindo-me de as guardar num local especial da minha melodia.

Tento que o ferimento seja superficial e sobretudo tento aprender com cada facada.

Espero que um dia destes, que não será muito em breve, mas, eventualmente, será, eu consiga olhar para ti sem mágoa. Aguardo ansiosamente pela indiferença.

...
Pra voltar
A tentar
Pra sentir
E mudar
Pra voltar a cair
Para me levantar
Para nunca mais tentar
Mentir

ornatos violeta - para nunca mais mentir

Friday, May 07, 2010

Difícil de entender.

A seguinte tentativa de justificação de determinadas atitudes - em jeito de pedido de desculpa, e com o principal intuito de que me entendam um bocadinho melhor - destina-se particularmente a dois leitores, aos quais agradeço desde já a extrema paciência com que lidaram comigo hoje.

O meu secundário foi uma merda na grande maioria do tempo. Isto vocês já sabem. Também sabem qual o principal motivo. O que podem não saber são as consequências que desse mal central nasceram. Eu era uma miúda completamente iludida, que imaginou ter amigos que na realidade nunca teve, que eram apenas "amigos por afinidade", como eu costumo dizer. Não me querendo voltar a debruçar sobre deste assunto, (porque já dissertei sobre isto tantas vezes que até já mete nojo) o que é essencial reter é que essa mágoa, a ferida resultante dessa queda tão, mas tão grande, apesar de estar, julgo que, curada, deixou marca, aliás, tal como era de esperar! Essa tamanha cicatriz reflecte-se principalmente na minha dificuldade permanente em acreditar no amor que as pessoas dizem ter por mim. Eu tento, eu juro que tento. Mas ao mínimo sinal de afastamento ou subvalorização, possivelmente fruto da minha imaginação, eu começo logo a duvidar do sentimento que disseram ter por mim.
Este é outro problema...o "disseram". Eu acho que se deve dizer aos outros o quanto gostamos deles, é essencial que o verbalizemos explicitamente de quando em vez. Mas tantas vezes? Soa a falso. Eu não tenho remédio, eu sei, sou muito complicada, também sei. Mas eu preciso de ver, de sentir nas pequenas grandes coisas do dia-a-dia a amizade, o companheirismo, o amor genuíno que afirmamos ter uns pelos outros, muito mais do que preciso de o ouvir! Aliás, o facto de repetirem tantas vezes o mesmo faz-me duvidar da sinceridade do sentimento, parece que estão a pegar em tudo que é bonito e importante para mim e a transformá-lo numa conversa de bêbados, enfim, a banalizar a amizade que é no seu estado puro tão difícil de encontrar. Eu sei que pareço uma pobre mal agradecida, eu sei... Mas eu sou sobretudo desconfiada, calejada...e magoada. Eu sou uma alma rasgada e ainda não sei como ultrapassar esse facto. Tanto me sinto mal se não me disserem que gostam de mim, como se me disserem com demasiada frequência. De qualquer dos modos eu duvido. Assim sendo, no meu caso existe um equilíbrio a manter e a respeitar para que me sinta feliz.
A segunda parte desta estranha condição será o quanto me dói ser assim. O quanto me custa duvidar das pessoas quando racionalmente sei que essas mesmas pessoas me adoram. E então ainda fico pior porque sei que não merecem que questione o vosso amor, simplesmente não merecem que eu tome certas atitudes desconfiadas quando não há razão nenhuma palpável para tal. E prossigo nesta arte quando noto que vou gostando cada vez um bocadinho menos de mim por não gostar da minha atitude.
E é isto.
Enfim, fujam enquanto podem. Eu adoro-vos, perdoem-me a estupidez.

Tuesday, April 20, 2010

Friends or Lovers







Rebbeca: I'm afraid.
Justin: You're not the only one though... You're my best friend in the world. Do you think i want to lose that?
Rebbeca: Justin...I don't know...
Justin: I just think we should stop worrying about how it's going to end. 'Cause, maybe...it won't end.



Gostava de conseguir controlar isto. Gostava de conseguir controlar tudo. Gostava de ser capaz de não fugir da felicidade quando esta me envolve e acarinha.

Friday, April 16, 2010

if it kills me

Esperemos que sejam só MESMO as hormonas!




But I never said a word
I guess I'm gonna miss my chance again

Thursday, March 04, 2010

Um menino de dez anos morreu ontem esmagado por um ramo de grande porte que se quebrou numa tília centenária, defronte à igreja paroquial de Paredes. A criança estava a jogar à bola com mais dois colegas, à espera de entrar para a catequese.

José Vinha IN Jornal de Notícias, 28-02-2010



Há uns dias atrás, às 4 e pouco da manhã, levemente alcoolizada, entre lágrimas desnecessárias e exageradas, faminta, e a caminho do Tropical (quem inventou o Cheese Tropical merece um lugarzinho no céu), tive uma conversa com um Amigo, levemente alcoolizado, faminto, e com uma paciência enorme. Ainda que a tal conversa não esteja directamente relacionada com o assunto sobre o qual pretendo dissertar, fez-lhe umas festinhas, pelo que, quando ouvi a minha mãe comentar a situação sucintamente apresentada acima pelo parágrafo transcrito do JN, lembrei-me, de imediato, daquele dia, daquela conversa e, infelizmente, do contexto que a fomentou.

Sem mais rodeios, eu quero - e preciso de - falar sobre . Considerem-se desde já ambos os sentidos: não só o restrito à concepção religiosa, mas também um sentido mais lato: crer ou acreditar completamente em algo, em alguma coisa ou causa - ou pessoa -, positiva aos olhos do crente. Positiva, porque quando utilizamos o termo , mesmo que através de um descontraído «pah, tenho fé nisso!», utilizamo-lo sempre inerente a um isso bom. Este último critério é muito discutível, não constando em nenhum dicionário, mas é o que tenho vindo a verificar.

Ora, o meu Amigo tem fé. Muita e acertada, na minha opinião. Já eu, embora não possa dizer que não tenha, sou mais... Pobre. (?)
Para começar, os objectos da minha fé são em muito menor quantidade; eu não creio em Deus, não creio numa força superior, não creio num destino, não creio na anarquia, não creio num mundo livre de guerra e fome, e, na maior parte das vezes, não creio nas qualidades das pessoas. Por outro lado, creio nos valores cristãos e na sua capacidade de tornar o mundo num local melhor, creio na existência do Amor e da Amizade, e creio que sou alvo destes sentimentos e que os consigo retribuir.
Para terminar, os objectos aos quais dediquei a minha fé vieram a revelar-se pouco ou nada dela merecedores, desapontando-me com provas sucessivas que ilustravam claramente a minha má pseudo-escolha, destruindo assim a fé que lhes tinha, ainda que a custo e após uns longos anos de ilusão - especialmente no que toca a ACREDITAR em determinadas pessoas -, resultantes da perseverança irracional da minha convicção (se assim não fosse, poder-se-ia chamar ?). Então, pelas fracas quantidade e qualidade, classifico-me uma pessoa Pobre em Fé.

E tenho pena. É tão mais fácil, tão mais leve, ter fé.
Reflectindo agora acerca do caso inicialmente relatado, os pais da falecida criança devem estar a passar por um dos PIORES momentos das suas vidas e por uma verdadeira Prova de Fé; vejamos, o menino estava à espera de entrar para a catequese, em frente à igreja! É de uma ironia terrível e, com certeza, provocará na família da criança uma dor e uma dúvida exulcerantes! Agora, atente-se: se a família em causa conseguir colmatar esta dúvida com um forte "sim, eu ainda acredito" talvez encontre algum conforto, talvez consiga interiorizar que a tragédia teve uma razão, um motivo maior, que era esse o destino, embora cruel, do jovem rapaz. Daí a leveza. E daí eu não ter fé em Deus, nem numa qualquer alternativa força superior.
Eu nunca, mas nunca, conseguirei conceber que a morte de qualquer ser humano está planeada, com data e hora marcadas, desde o seu nascimento; nem tão pouco que essa morte, e todo o sofrimento que lhe é subsequente, se encontra ao serviço de uma causa maior, de um bem comum. A morte de uma criança é uma tragédia que a meu ver não pode ser apaziguada de nenhuma outra maneira a não ser com o tempo e muita terapia. Um ramo de uma árvore partiu e matou uma criança. Ninguém tem culpa. A criança estava no sítio errado, à hora errada. Mas não é pela imponência que sinto que irei atribuir esta perda a uma misteriosa força omnisciente. Foi o mau tempo. Foi a merda do mau tempo.
Se fosse o meu filho eu ir-me-ia sentir culpada; afirmaria repetidamente que não o devia ter deixado jogar futebol com aquele tempo; e teria que ouvir todos os dias frases como: "a culpa não foi tua", "era impossível preveres o sucedido", e, mais cedo ou mais tarde, chegar-me-iam aos ouvidos comentários como "coitadinho, estava na hora dele". E a única coisa que eu sentiria pela pessoa que eventualmente proferiria esse tipo de comentários seria uma raiva e um desprezo acentuados.
Porque aos 10 anos, enquanto se joga à bola, não é a hora de ninguém.

Tuesday, February 23, 2010

Chega




Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Eu tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão!


Dia Mau - Ornatos Violeta


Atingi o limite.
Agora é contigo.

Sunday, February 21, 2010

Ausência

(continuando...)

A tua.
Vivi com ela, não foi difícil, mas também não foi inócuo.

De vez em quando, à noite, quando dava por encerrado o (pseudo)estudo e recolhia aos braços de Morfeu, invadia-me uma vontade louca de falar contigo, porque sabia que compreenderias o modo como me sentia, porque me farias festinhas e me abraçarias e eu dormiria bem e feliz... E assim, todas aquelas horas que passei a dar voltas na cama, a tentar respirar profundamente para me acalmar e então conseguir adormecer, poderiam ter sido evitadas. Foram noites terríveis, mal a luz se apagava, ideias baralhadas corriam desenfreadamente e em catadupa pela minha mente, a maioria acerca do curto espaço de tempo destinado a estudar cada coisa e do que seleccionar para estudar. Enfim, eu não conseguia parar o meu pensamento e isso não me permitia descansar em condições.
Então, como se não me bastasse todo aquele nervosismo, entre questões como "Devo estudar sangue ou vasos?", "Será que só um dia para epidemio chega?", surgiam estúpidas manifestações emocionais como "queria tanto que ele estivesse aqui...".



Agora, já praticamente recuperada desta maldita época de exames tento lidar com a tua pseudo-bipolaridade. E não está nada fácil.
Principalmente porque sei perfeitamente que a imagem que tenho de ti é, em muito, uma construção minha, aproximando-se de uma concepção platónica. Sim, eu conheço-te, mas não tão bem como emocionalmente me quero fazer querer. Tudo o que espero neste momento é CONHECER-TE.

Deixas-me?

Saturday, February 13, 2010

Diferente... Mas de volta.

Durante esta extenuante época de exames lembrei-me imensas vezes de escrever, de chover, aqui. Mas, infelizmente, toda a minha dedicação e concentração estavam vidradas numa única temática e sonante necessidade: fazer as cadeiras todas. Assim sendo, fui adiando e adiando... porque escrever exige pensamento prévio, como é óbvio, mas é também inseparável de uma certa reflexão posterior, a qual não consigo evitar, e que seria incompatível com o estudo intensivo a que tive de me submeter neste último mês.

No entanto, após uma noite bem passada, bebida e dançada (que acabou por ser uma noite inesperadamente especial, aqui estou eu: diferente... mas de volta!
Diferente, porque nestes últimos tempos aconteceram pequenas coisas que me mudaram. Que me mudaram muito. Não sei ainda se para melhor ou para pior, apenas tenho a certeza que me fizeram crescer.

Agora sei do que falas quando te referes a uma apatia e a um desinteresse dolorosamente instalados na tua vida. Senti isso nesta época de estudo, não tinha a mínima vontade de pegar num livro, o mínimo interesse em tirar qualquer nota superior a 10, e se queres que te diga, mesmo que reprovasse a alguma cadeira estava-me a "marimbar" para isso. E todo este sentimento é-me estranho e assustador, porque eu não sou assim, eu importo-me com o que se passa no mundo, e principalmente com o que se passa no meu mundo, no ambiente que me rodeia e com todas as dimensões da minha vida. Eu tenho objectivos, eu sei que sou inteligente e que tenho tudo para conseguir ser bem sucedida, mas, de repente, desapareceu o essencial... a VONTADE. A vontade de lutar pelo meu curso, pela minha vida e, estupida e reprovavelmente, até pelos meus amigos extinguiu-se! Não se tratava de me querer baldar para ir para a farra, não, muito pelo contrário, eu se pudesse, teria ficado em casa no sofá, a dormitar e a ver televisão nos intervalos, a encomendar comida pelo telefone, a beber Vinho do Porto, sem falar com ninguém, nem comigo mesma, durante todo este tempo.
Felizmente, os meus pais viram-me a descer no poço e puxaram-me para cima. Controlaram-me discretamente a vida, incentivaram-me a ir à biblioteca, e até à faculdade (o que foi estranho, porque a minha mãe pensa, e bem, que eu no ICBAS não estudo nada), penso eu que para que eu não me esquecesse de como gosto do que faço e das pessoas com quem convivo diariamente. Não quero sequer pensar no que teria acontecido se eles não estivessem cá, se eu não vivesse com eles. Eu ter-me-ia afundado numa penumbra melancólica, da qual não sei quando me conseguiria livrar.

Continuarei a escrever sobre estas pequenas grandes mudanças mais tarde...

Friday, January 15, 2010

Disappointment Angel




Daydream, delusion, limousine, eyelash
Oh baby with your pretty face
Drop a tear in my wineglass
Look at those big eyes
See what you mean to me
Sweet-cakes and milkshakes
I'm a delusion angel
I'm a fantasy parade
I want you to know what I think
Don't want you to guess anymore
You have no idea where I came from
We have no idea where we're going

Lodged in life
Like branches in a river
Flowing downstream
Caught in the current
I'll carry you
You'll carry me
That's how it could be
Don't you know me?
Don't you know me by now?

David Jewell
(para o filme
Before Sunrise)



Ilusão. Desilusão. Ordem. Caos.
Demasiadas questões, demasiados pontos de interrogação acerca da minha vida, da minha filosofia, dos meus valores, dos valores dos outros, dos valores - meus e dos outros - que estou disposta a violar, do lado em que quero estar, do que tenho para provar, do que quero provar, do porquê de ter/querer provar. Do que quero ser.
Os verdadeiros problemas não surgem na encruzilhada, na encruzilhada "apenas" surge o pânico. Os verdadeiros problemas surgem quando já seguimos em frente - e andamos uns bons e sinuosos quilómetros - e nos apercebemos que devíamos ter virado à direita. Ou à esquerda.

Ou simplesmente devíamos ter deixado pedrinhas pelo caminho para sabermos como voltar para trás.

Ainda não me conheces? Preciso de Uma Massagem.