Sunday, May 10, 2009

Não sei

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

Mariza - Chuva



Não sei como nem porquê, mas já marcaste a minha história.

Arranhaste o meu peito, desfolhaste a rosa branca e deixaste-me a rodopiar sozinha e nauseada no salão nobre dos recônditos de um coração que julguei ser o teu. Caí. O salão girava em torno dos espinhos do caule da rosa e a náusea aumentava, tornando-se insuportável, tentei ver além da luz e do brilho da falsa festa que é entregar-me a ti. Tentei ver-te, mas já não estavas lá.
Apaguei.

Acordei.
Já só restavam as carcaças imundas de uma saleta rasca, sem cor e sem adornos. Apenas a música, ah... a minha música! Estive sempre aqui. Pensei que tinha entrado na tua vida, mas foste tu que te esgueiraste sem pudor para o interior da minha, alojaste-te num local obscuro do meu coração que nem eu conheceria se não fosse o teu descaramento e encanto corriqueiro.

Já sei porquê. Já sei porque marcaste a minha história.