Sunday, February 17, 2013

NS/NR

Dou por mim a procurar um poema, uma música, uma coreografia, alguma coisa que defina o modo como me sinto. 

Pergunto a Sá Carneiro, vasculho a gaveta de Álvaro de Campos, recorro à minha querida Inês Pedrosa... O Damien Rice dá uma ajuda, o Rui Veloso idem, o B Fachada acerta em parte e os Ornatos... esses já estão fartos de mim! O Chico entende e diz-me que siga em frente, pede uma mãozinha à Elis e comove-me até aos ossos...

A questão é que não sei bem o que procuro. Não percebo a trapalhada que vai dentro de mim. Não percebo onde foi que me enganei tanto no percurso da minha vida.

"(...) Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Hoje não me resta, em vésperas de viagem,
Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,
Hoje não me resta (à parte o incómodo de estar assim sentado)
Senão saber isto:
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida, (...)"


Não sei o que fazer, nem como corrigir, pelo menos em parte, os tais erros que não sei bem quais são, nem se são passíveis de correcção.

Desconstruo este pesar em diferentes peças. E as peças não encaixam. Sentimentos incompatíveis, atitudes que me movem em direcções diferentes, fundamentos inconciliáveis. Não me entendo.

Ora:
"It's the wrong time
For somebody new 
It's a small crime
And I got no excuse"
e
"Ela dá-lhe a mão e dá-lhe um pouco do coração
Ele faz de tudo para compreender
Depois de tudo para lhe agradecer

E se a conversa os põe em perigo
ele ri-se muito e gaguejante
Diz-lhe "É bom ser teu amigo
mas igualmente bom ser teu amante"


Ora:
 "Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim
Mas o tempo até passou
E és o que ele me ensinou
Uma chaga pra lembrar que há um fim"


F*da-se para isto. Merda de personalidade, alma, cérebro, coração, sei lá que lhe(s) chame.
Tudo o que sei é que

"Deep in the night... particularmente a 13 de Maio, depois de termos comido arroz e grelos, a sobremesa foi Nestum. O tempo estava húmido lá, na boobslândia"

e chega, tem que chegar.

Sunday, February 10, 2013

The Wonderful Wizard of Oz

Um ano. Um ano de caos que, creio, finalmente terminou.
Relações edificadas, amizades construídas, chamas acesas, alma e pele queimadas... Tudo baralhado numa enorme confusão. Alicerces abanados, alguns destes corrompidos, pela raiva, pelo drama, pela monção de lágrimas partilhadas que encheram as ruas.

E de repente, tudo pára. Olho em redor e reina uma sensação de aparvalhamento generalizado, uma quietude inquietante, tudo em pausa e todos com medo de erguer a cabeça, na possibilidade da tempestade ainda não ter cessado por completo.
Há que recomeçar, há que reconstruir e há que louvar as pequenas casas que continuam de pé. Esses pequenos templos nos quais nos pudemos refugiar de tamanha intempérie emocional.

Findo o tornado, sigamos, lado a lado, pela nossa própria Yellow Brick Road.