Tuesday, February 23, 2010

Chega




Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Eu tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão!


Dia Mau - Ornatos Violeta


Atingi o limite.
Agora é contigo.

Sunday, February 21, 2010

Ausência

(continuando...)

A tua.
Vivi com ela, não foi difícil, mas também não foi inócuo.

De vez em quando, à noite, quando dava por encerrado o (pseudo)estudo e recolhia aos braços de Morfeu, invadia-me uma vontade louca de falar contigo, porque sabia que compreenderias o modo como me sentia, porque me farias festinhas e me abraçarias e eu dormiria bem e feliz... E assim, todas aquelas horas que passei a dar voltas na cama, a tentar respirar profundamente para me acalmar e então conseguir adormecer, poderiam ter sido evitadas. Foram noites terríveis, mal a luz se apagava, ideias baralhadas corriam desenfreadamente e em catadupa pela minha mente, a maioria acerca do curto espaço de tempo destinado a estudar cada coisa e do que seleccionar para estudar. Enfim, eu não conseguia parar o meu pensamento e isso não me permitia descansar em condições.
Então, como se não me bastasse todo aquele nervosismo, entre questões como "Devo estudar sangue ou vasos?", "Será que só um dia para epidemio chega?", surgiam estúpidas manifestações emocionais como "queria tanto que ele estivesse aqui...".



Agora, já praticamente recuperada desta maldita época de exames tento lidar com a tua pseudo-bipolaridade. E não está nada fácil.
Principalmente porque sei perfeitamente que a imagem que tenho de ti é, em muito, uma construção minha, aproximando-se de uma concepção platónica. Sim, eu conheço-te, mas não tão bem como emocionalmente me quero fazer querer. Tudo o que espero neste momento é CONHECER-TE.

Deixas-me?

Saturday, February 13, 2010

Diferente... Mas de volta.

Durante esta extenuante época de exames lembrei-me imensas vezes de escrever, de chover, aqui. Mas, infelizmente, toda a minha dedicação e concentração estavam vidradas numa única temática e sonante necessidade: fazer as cadeiras todas. Assim sendo, fui adiando e adiando... porque escrever exige pensamento prévio, como é óbvio, mas é também inseparável de uma certa reflexão posterior, a qual não consigo evitar, e que seria incompatível com o estudo intensivo a que tive de me submeter neste último mês.

No entanto, após uma noite bem passada, bebida e dançada (que acabou por ser uma noite inesperadamente especial, aqui estou eu: diferente... mas de volta!
Diferente, porque nestes últimos tempos aconteceram pequenas coisas que me mudaram. Que me mudaram muito. Não sei ainda se para melhor ou para pior, apenas tenho a certeza que me fizeram crescer.

Agora sei do que falas quando te referes a uma apatia e a um desinteresse dolorosamente instalados na tua vida. Senti isso nesta época de estudo, não tinha a mínima vontade de pegar num livro, o mínimo interesse em tirar qualquer nota superior a 10, e se queres que te diga, mesmo que reprovasse a alguma cadeira estava-me a "marimbar" para isso. E todo este sentimento é-me estranho e assustador, porque eu não sou assim, eu importo-me com o que se passa no mundo, e principalmente com o que se passa no meu mundo, no ambiente que me rodeia e com todas as dimensões da minha vida. Eu tenho objectivos, eu sei que sou inteligente e que tenho tudo para conseguir ser bem sucedida, mas, de repente, desapareceu o essencial... a VONTADE. A vontade de lutar pelo meu curso, pela minha vida e, estupida e reprovavelmente, até pelos meus amigos extinguiu-se! Não se tratava de me querer baldar para ir para a farra, não, muito pelo contrário, eu se pudesse, teria ficado em casa no sofá, a dormitar e a ver televisão nos intervalos, a encomendar comida pelo telefone, a beber Vinho do Porto, sem falar com ninguém, nem comigo mesma, durante todo este tempo.
Felizmente, os meus pais viram-me a descer no poço e puxaram-me para cima. Controlaram-me discretamente a vida, incentivaram-me a ir à biblioteca, e até à faculdade (o que foi estranho, porque a minha mãe pensa, e bem, que eu no ICBAS não estudo nada), penso eu que para que eu não me esquecesse de como gosto do que faço e das pessoas com quem convivo diariamente. Não quero sequer pensar no que teria acontecido se eles não estivessem cá, se eu não vivesse com eles. Eu ter-me-ia afundado numa penumbra melancólica, da qual não sei quando me conseguiria livrar.

Continuarei a escrever sobre estas pequenas grandes mudanças mais tarde...