Laços
Não
me assusta a chuva. Os trovões. As poças de água. A distância. Os
bloqueios fermentados do ontem. Não me assusta o teu medo. O teu receio.
Não me assusta o tempo que possa demorar até sentir o abraço em pleno. A
divisão do beijo. A reminiscência do teu corpo no encontro do meu. A
inquietação da incerteza que paira por nós. Porque eu sinto. Eu divago.
Eu quero. E por querer persisto e procuro. Avanço com os olhos abertos.
Mesmo que por momentos, pare. Olhe novamente. E dê o passo. Mesmo que nos
limites do que sou, exista a impaciência. O querer já. O querer agora. O
querer tudo. Mas neste caminho eu aguardo. Por acreditar. Que é
possível. Que nada nos impossibilita de lá chegar. E continuo. Sem medo
do estilhaço. Sem medo do que possa acontecer.
Cláudia Saraiva de Freitas, 2009.
Há coisas que vão permanecendo intactas, apesar da distância e do tempo. Uma delas somos nós, prima. Estados de espírito em sintonia.
É o karma.
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