Thursday, January 03, 2013

Expiação

Há uns tempos disse-se cá por casa que o único problema realmente irresolúvel é a Morte, tudo o resto se combate, tudo o resto se contorna, tudo resto se resolve. Verdade. Mas, perdoem-me o devaneio, não existirão várias mortes? Várias porções de um mesmo Ser que vão definhando conforme o que a vida lhe apresenta ou retira. Pois eu creio que ontem uma porção do meu Ser morreu. Bateu a bota. Caput! Não tenho bem, bem a certeza, pois ainda estou meio aparvalhada neste luto estranho de mim mesma.
Sem dúvida que parte de mim se afogou, imergindo numa sensação de asfixia inesperada, a qual me fez recordar vivências vagas de um passado já não muito recente. No entanto, não houve qualquer tentativa de regressar à tona, adormeci. Deixei-me ir. E eu não sou mulher de desistências...

Diz a sabedoria popular portuguesa que "Cá se fazem cá se pagam". Pois, meus amigos, paguei-as. E custou-me caro. A pena está finalmente cumprida.

Analisando a situação e a minha atípica atitude, induzo que talvez a necessidade de expiação, eminente na minha vida nestes últimos tempos, tenha imperado, levando a que o pedaço de mim que se encontrava em apuros não tenha tido capacidade de lutar, deixando-me, parcialmente, morrer.

Permanecem incertezas, mas, de qualquer modo, descansa em paz, quiçá para sempre, Inocência.

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